novo estudo brasileiro apresenta zero casos de infecção durante o uso de cabotegravir injetável a cada dois meses

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Durante a CROI 2025 (Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas), realizada em março de 2025 em São Francisco-EUA, foram apresentados os dados do Estudo ImPrEP CAB Brasil, que tem como objetivo gerar evidências científicas do uso de cabotegravir injetável na vida real para a prevenção do HIV, tendo em vista que cabotegravir injetável foi superior à PrEP oral nos estudos HPTN083/084.1-4

Os resultados evidenciaram que o cabotegravir injetável foi a escolha de 83% dos participantes. Além disso melhorou significativamente a adesão da PrEP, reforçando o papel do cabotegravir na superação dos desafios de adesão enfrentados por algumas pessoas com a PrEP oral. Nenhum caso de infecção por HIV foi registrado entre os participantes que utilizaram o cabotegravir.

O ImPrEP CAB Brasil, realizado em 6 centros públicos brasileiros coordenados pela Fiocruz, avaliou a cobertura de PrEP e a incidência de HIV entre 1.447 participantes que tiveram a opção de escolher entre o cabotegravir injetável de longa ação e a PrEP oral (tenofovir/entricitabina) como método de prevenção do HIV. O estudo incluiu homens cisgêneros que fazem sexo com homens, pessoas não-binárias e transgêneros, com idades entre 18 e 30 anos, e que nunca haviam usado PrEP. Como grupo de comparação, foram avaliadas 2.411 pessoas que iniciaram a PrEP oral através do SUS no mesmo período.1,5

Dos 1.447 participantes que puderam escolher entre o cabotegravir de longa ação ou a PrEP oral, 83% (1.200 pessoas) optaram pelo cabotegravir. Entre estes indivíduos, não houve casos de infecção por HIV. Já nos grupos de PrEP oral (coortes escolha oral e comparação), houve 10 casos de infecção por HIV.1 

A adesão durante o acompanhamento foi maior no grupo de cabotegravir injetável de longa ação (95%), seguida pela coorte de escolha PrEP oral (58%) e o grupo de comparação com PrEP Oral (48%).1

Este estudo pioneiro sobre a implementação da PrEP injetável demonstrou que abordagens personalizadas de prevenção ao HIV são essenciais para empoderar as pessoas a escolherem o método de PrEP mais alinhado com seus valores e estilo de vida, aumentando as chances de adesão a longo prazo e garantindo maior efetividade na prevenção.6

“Como líder global em injetáveis de longa duração para prevenção ao HIV, a GSK/ViiV Healthcare está comprometida em apoiar estudos científicos para entender a efetividade desses medicamentos no mundo real. Nossos estudos de implementação reforçam que, em diferentes localidades e populações mais vulneráveis, os injetáveis de longa duração são altamente efetivos para a prevenção do HIV, e uma opção às pílulas diárias”, comenta o infectologista Rodrigo Zilli, diretor médico da GSK/ViiV Healthcare.

HIV no Brasil

Segundo dados do Ministério da Saúde, 541.759 casos de pessoas vivendo com HIV foram notificados entre 2007 e junho de 2024, no Brasil. Somente em 2023, 46.495 novos casos foram registrados, um aumento de 4,5% em relação ao ano anterior, com alta incidência entre jovens de 15 a 24 anos. Felizmente, houve uma redução de 32,9% na mortalidade relacionada ao HIV nos últimos dez anos, e, em 2023, a média foi de 3,9 óbitos a cada 100 mil habitantes.7

Em 2024, o Brasil registrou 104 mil pessoas em uso da PrEP oral (TDF/FTC), um marco desta estratégia considerada essencial para reduzir novos casos de HIV.8 “Esta é uma opção de prevenção eficaz e segura. Porém, ainda enfrenta dificuldades, principalmente, na falta de adesão ou descontinuidade do tratamento. Isso acontece por diversos fatores, como a necessidade da tomada diária dos comprimidos, o enfrentamento ao estigma e preconceito e a falta de acolhimento nos serviços de saúde. A inclusão da PrEP injetável no SUS seria uma conquista para todos os usuários da rede pública, além de ter o potencial para, de fato, mudar o cenário do HIV no país. Por isso, estamos focando nossos esforços na expansão do acesso à PrEP a todas as pessoas que buscam prevenção”, afirma Dr. Zilli.

Mais sobre o cabotegravir injetável de longa ação

O cabotegravir de longa ação é um medicamento utilizado para prevenir a infecção sexual do HIV, método conhecido como Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), em adultos e adolescentes a partir de 12 anos, com pelo menos 35kg de peso, que consideram estar em risco de infecção. O método traz a comodidade da aplicação a cada dois meses e pode ser combinado com outras práticas de sexo seguro, como o uso de preservativos.9 Apesar de ter sido aprovado pela Anvisa em Junho de 2023, o medicamento ainda não está disponível no SUS. No início de 2025, a GSK/ViiV Brasil e o Ministério da Saúde iniciaram conversas com o objetivo de viabilizar a incorporação do cabotegravir de longa ação na rede pública, mas ainda não há data prevista para a inclusão.

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