Conta no exterior: nova febre do mercado ou cilada…

POLITICA


Com certeza, você já esbarrou em alguma mensagem do seu banco ou do concorrente com o convite para abrir uma conta corrente no exterior, geralmente em dólar. Prometem acesso a mercados globais e diversificação da carteira de investimento, além da comodidade para quem está em viagem ao exterior e que pode sacar dinheiro na própria moeda do país.

Tudo isso está correto, mas, como em qualquer negócio, é preciso ficar atento também às “pegadinhas”.  Uma delas é que contas no exterior geralmente envolvem custos de manutenção e também impostos sobre os rendimentos obtidos, que devem ser declarados no Brasil. A Receita Federal agora inclui essas informações na declaração pré-preenchida do Imposto de Renda, com uma alíquota fixa de 15% sobre os rendimentos de aplicações financeiras no exterior. Além disso, a volatilidade cambial pode afetar negativamente o valor dos investimentos se o dólar se desvalorizar.

Para os bancos de investimentos, o negócio tem sido lucrativo. Eles ganham com as taxas de manutenção das contas, comissões sobre as transações e, principalmente, com a captação de recursos para investimentos no exterior. Isso permite que os bancos aumentem sua base de clientes e expandam suas operações globais, gerando mais receita. No entanto, para os investidores, essa estratégia pode ser arriscada se não for bem planejada, pois envolve riscos cambiais e de mercado que podem corroer o patrimônio.

Vale repetir: ter contas no exterior não livra o investidor brasileiro de impostos no Brasil. A Receita Federal exige a declaração de todos os rendimentos obtidos no exterior, aplicando uma alíquota de 15% sobre esses ganhos. Recentemente, o governo apresentou um projeto de lei que pretende isentar de Imposto de Renda pessoas com rendimento de até R$ 5 mil por mês. Como contrapartida, prevê a aplicação de um imposto mínimo obrigatório para quem ganha mais de R$ 50 mil por mês, independentemente da fonte do rendimento. Portanto, mesmo com contas no exterior, os investidores ainda precisam cumprir com suas obrigações fiscais no Brasil. Por fim, é importante lembrar que, embora a operação possa oferecer benefícios, ela também exige conhecimento e planejamento. Investidores devem estar preparados para lidar com a complexidade regulatória e os riscos associados, garantindo que essa estratégia seja benéfica para seu patrimônio a longo prazo, orientam os especialistas em Wealth Management.



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