Após fala racista de presidente, Conmebol anuncia força-tarefa contra racismo no futebol

POLITICA


A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) anunciou, na última quinta-feira (27), a criação de uma força-tarefa voltada para o combate do racismo, à discriminação e à violência no futebol da América do Sul. A medida foi lançada pelo presidente da entidade, Alejandro Domínguez, durante evento no Paraguai.

Segundo a Conmebol, o grupo de atuação será liderado pelo ex-jogador brasileiro Ronaldo Nazário e contará com a participação da ex-secretária-geral da FIFA Fatma Samoura e do presidente da Federação Internacional de Jogadores Profissionais (FIFpro), Sérgio Marchi.

A entidade divulgou algumas medidas que serão tomadas para o enfrentamento de casos de discriminação em campo, como a criação de uma lista de pessoas proibidas de frequentar os estádios, incluindo envolvidos em atos de racismo.

A intenção é que a proibição valha para qualquer torneio na América do Sul e em competições ao redor do mundo.

Também está prevista a criação de programas educacionais, visando promover a conscientização de clubes, jogadores, torcedores e árbitros. Não foram divulgados detalhes sobre a implementação dos programas.

“Estamos agindo aqui hoje com responsabilidade e unidade para enfrentar os desafios futuros, superá-los e continuar no caminho do crescimento. Não queremos um debate sobre o passado, mas sim discutir o futuro. Tudo o que for dito aqui é para somar e melhorar o nosso esporte”, declarou Domínguez.

A reunião de lançamento da comissão antirracista contou com a participação do governo federal, por meio da Autoridade Pública de Governança do Futebol (APFUT) no Ministério do Esporte, Washington Cerqueira. O chefe de gabinete do Ministério da Igualdade Racial, Luiz Barros, também acompanhou o evento, além de outras autoridades brasileiras.

Os representantes do governo reforçaram que, no Brasil, o racismo é um crime inafiançável e deve ser punido à altura e sugeriram a criação de um comitê permanente tripartite, que envolva associações, jogadores e governos. A ideia é que o formato permita um manejo amplo e estruturado do tema.

“O racismo não é apenas um problema social, mas também institucional. Ao dialogar com a Conmebol, buscamos garantir que o enfrentamento ao racismo no futebol seja tratado de maneira estruturada, com ações concretas e compromisso institucional”, afirmou Barros.

O anúncio ocorre cerca de dez dias após Alejandro Domínguez declarar, após o sorteio dos grupos da Copa Libertadores 2025, que o campeonato sem o Brasil seria como  “Tarzan sem Chita”. 

A fala foi uma resposta à possibilidade dos times brasileiros abandonarem a competição da entidade em decorrência dos crescentes casos de racismo em campo. O governo brasileiro expressou repúdio ao comentário, que classificou como “inaceitável”.





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